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IBGE lança ranking inédito de sobrenomes no Brasil: Silva lidera com 34 milhões de registros no Censo

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Certidão de Nascimento

Certidão de Nascimento – Foto: Jeniffer Fontan/iStock

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge) divulgou nesta terça-feira (4) os sobrenomes mais comuns no país, com base nos dados do Censo Demográfico de 2022. Silva ocupa o primeiro lugar, presente em 34 milhões de registros, o que representa 16,8% da população recenseada. Santos aparece em segundo, com 21,4 milhões de ocorrências, equivalente a 10,5% do total.

A novidade integra o portal Nomes do Brasil, ferramenta interativa lançada pelo Ibge para consultas sobre nomes próprios e familiares. Os dados abrangem mais de 200 mil sobrenomes identificados nos 90,7 milhões de domicílios visitados a partir de agosto de 2022. Oliveira, Souza e Pereira completam o top 5 da lista.

O levantamento confirma padrões herdados da colonização portuguesa, com influências religiosas e geográficas nos nomes. No total, o Brasil registra mais de 140 mil nomes próprios, mas os sobrenomes destacam a uniformidade em certas linhagens familiares.

Silva lidera com raízes na floresta portuguesa

O sobrenome Silva deriva do latim “silva”, que significa selva ou floresta, e surgiu na Península Ibérica durante o período romano. Famílias que residiam em áreas arborizadas adotaram o termo para identificar sua origem territorial.

No Brasil, o nome ganhou prevalência durante a colonização, especialmente entre imigrantes e escravizados que recebiam designações simples para integração social. Alagoas registra a maior concentração, com 35,8% da população local carregando o sobrenome.

A cidade de Belém de Maria, em Pernambuco, concentra 63,9% de Silvas entre seus moradores, segundo os dados do Censo. Essa distribuição reflete padrões migratórios do Nordeste para outras regiões.

Santos reflete tradição católica em segundo lugar

Santos surgiu como abreviação de “Todos os Santos”, atribuído a nascidos em 1º de novembro, data da festividade católica. Durante a Inquisição, convertidos ao cristianismo adotaram o nome para sinalizar adesão religiosa.

A grafia se espalhou por Portugal e chegou ao Brasil com os colonizadores do século XVI. Hoje, 21,4 milhões de brasileiros o portam, com pico em Sergipe.

Em Divina Pastora, no mesmo estado, 65,4% dos residentes têm Santos como sobrenome. O nome aparece em contextos urbanos e rurais, sem variação significativa por gênero.

Oliveira ocupa terceira posição no ranking nacional

Oliveira remete à árvore produtora de azeitonas, registrada no português arcaico como “olveira”. O primeiro uso documentado data do século XIII, ligado ao Paço da Oliveira, em Arcos de Valdevez, norte de Portugal.

No Brasil, o sobrenome se popularizou entre famílias rurais e foi adotado por descendentes de portugueses no Sul e Sudeste. Cerca de 12 milhões de registros foram contados no Censo.

A concentração maior ocorre em municípios gaúchos, onde 20% da população local compartilha o nome. Dados geográficos mostram migração de olivais europeus para plantações coloniais.

Quais são os dez sobrenomes mais frequentes

O Ibge compilou o top 10 com base em ocorrências absolutas no Censo 2022. A lista destaca nomes de origem ibérica, com toques toponímicos e patronímicos.

  • Silva: 34 milhões (16,8%)
  • Santos: 21,4 milhões (10,5%)
  • Oliveira: 12 milhões (5,9%)
  • Souza: 9,5 milhões (4,7%)
  • Pereira: 8,2 milhões (4%)
  • Ferreira: 7,1 milhões (3,5%)
  • Lima: 6,8 milhões (3,3%)
  • Alves: 6,2 milhões (3%)
  • Rodrigues: 5,9 milhões (2,9%)
  • Costa: 4,8 milhões (2,4%)

Esses dez nomes cobrem mais de 50% dos registros de sobrenomes no país. Variações como “da Silva” ou “de Oliveira” foram contadas separadamente.

Distribuição regional varia por estado

Alagoas lidera em proporção de Silvas, com 35,8% de sua população. Sergipe concentra Santos em 25% dos casos, influenciado por tradições nordestinas.

No Sul, Oliveira predomina em 15% dos registros no Rio Grande do Sul. São Paulo registra alta densidade de Souza, com 12% dos moradores.

O portal do Ibge permite filtros por unidade da federação, revelando padrões locais. No Amazonas, nomes indígenas misturam-se a esses europeus em 5% dos casos.

Dados do Censo mostram que 70% dos sobrenomes top 10 têm raízes em Portugal do século XV. A migração para o Brasil ampliou sua disseminação entre classes sociais diversas. Escravizados pós-abolição em 1888 adotaram muitos desses nomes para formalizar identidades.

O projeto Nomes do Brasil inclui curvas de frequência por década de nascimento. Para Silva, o pico ocorreu entre 1950 e 1970, com 8 milhões de registros. Santos mantém estabilidade, com 4 milhões anuais desde 1980.

Consultas no site revelam idades medianas: Silvas têm média de 32 anos, refletindo renovação geracional. Oliveira concentra idosos, com mediana de 45 anos.

Origens históricas marcam o top 5

Souza evoluiu de “saxa”, rocha em latim, indicando famílias de vilarejos rochosos em Portugal. No Brasil, espalhou-se pelo litoral nordestino no século XVII.

Pereira refere-se à pereira, árvore frutífera, comum em regiões agrícolas portuguesas. Ferreira liga-se a ferreiros, ofício de metalurgia medieval.

Esses nomes ilustram como profissões e paisagens moldaram identidades. No Censo, Souza aparece em 9,5 milhões de certidões, com foco em Minas Gerais.

Curiosidades nos dados do censo

O Brasil tem 201.630 sobrenomes únicos, mas os 10 mais comuns representam 52% do total. Nomes estrangeiros como Wang, chinês, somam 1.513 registros.

Picos de adoção ocorreram na era colonial, com 40% dos sobrenomes atuais fixados até 1800. O portal filtra por letra inicial, mostrando S como dominante em 35% dos casos.

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