A defesa do psicólogo, Arthur Vinícius Silva de Lima, 32 anos, preso em Catalão na segunda-feira (28/7) pela morte do cantor Bruno Gama Duarte, no Bosque dos Buritis, em Goiânia, apresentou um pedido de relaxamento imediato da prisão. A alegação é de que houve flagrante ilegal e que o investigado ‘não representa risco à ordem pública’. A vítima, de 36 anos, foi morta a facadas em frente ao Monumento da Paz, após uma discussão registrada no último fim de semana.
De acordo com a advogada Valéria Cristina dos Santos Mamede, a prisão ocorreu cerca de 48 horas após o crime, sem perseguição contínua ou mandado judicial válido no momento da captura. O documento afirma que o mandado de prisão temporária só foi expedido 51 minutos depois da detenção, o que, segundo a defesa, torna o ato nulo.
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“Prisão antes, mandado depois: vício insanável. O que nasce nulo, nulo permanece”, diz trecho do pedido apresentado ao Judiciário.
‘Encontro fortuito’
Segundo a defesa, não houve premeditação no crime: “Foi um encontro fortuito, uma agressão iniciada por terceiro e reação imediata, matéria a ser depurada na instrução, sem gravidade abstrata a autorizar uma medida tão extrema”, diz a defesa.
Ela também nega que a ex-mulher de Arthur tenha oferecido provas contra o suspeito, pois atualmente ela está morando no Maranhão e estaria, inclusive, em contato com os sogros. Tese da Polícia Civil, porém, é de que o investigado tenha forjado uma conta falsa com dados da ex para atrair a vítima para o bosque.
A defesa também aponta que a audiência de custódia, que por lei deve ocorrer em até 24 horas, foi realizada fora do prazo, o que reforçaria a necessidade de relaxamento da prisão.
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‘Não representa risco à ordem pública’
A petição sustenta ainda que Arthur não representa risco à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal. Ele é servidor público federal efetivo, psicólogo do Instituto Federal de Goiás (IFG) – Campus Águas Lindas, possui residência fixa em Cachoeira Dourada e é responsável pelo sustento de três filhas menores.
Além do relaxamento imediato e expedição do alvará de soltura, a defesa pede, caso a Justiça opte por manter a prisão, que ela não seja convertida em preventiva e que sejam aplicadas medidas cautelares alternativas, como comparecimento periódico em juízo, proibição de contato com testemunhas, recolhimento domiciliar noturno e monitoração eletrônica.
O caso é investigado pela Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH). Até o momento, não há decisão judicial sobre o pedido.

Homicídio no Bosque dos Buritis
Arthur teria afirmado à Polícia Militar que não aceitava o fim do relacionamento e nem que a ex-companheira estivesse se relacionando com Bruno. Por esse motivo, decidiu se passar por ela e convencer a vítima a encontrá-lo. Testemunhas relataram que, antes do ataque, os dois discutiram em voz alta do lado de fora do parque.
Logo depois, o cantor foi visto correndo para dentro do Bosque, onde caiu ferido e morreu pouco tempo depois. O autor fugiu em um carro preto. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas, quando a equipe chegou, Bruno já estava sem vida.
Cantor morto a facadas
A Guarda Civil Metropolitana também esteve no local. Bruno, que já atuava como cantor e era filho único, estava terminando sua graduação em Música pelo Instituto Federal de Goiás. Segundo a polícia, todo o crime foi premeditado, incluindo a estratégia para atrair a vítima, a rota de fuga e o uso de veículos planejados com antecedência.
Quanto à informação de que o psicólogo teria criado um perfil falso com a foto da ex-mulher para marcar o encontro com a vítima, o delegado responsável pelo caso, Vinícius Teles, disse que será feita uma perícia no celular da vítima para confirmar essa versão.
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