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Felca como testemunha acusa Hytalo Santos de adultização em depoimento no Fórum de Bayeux

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O influenciador digital Felipe Bressanim, conhecido como Felca, prestou depoimento como testemunha de acusação nesta terça-feira (4), no Fórum Criminal de Bayeux, na Paraíba. A audiência de instrução envolve o processo contra Hytalo Santos e Israel Natã Vicente, o Euro, presos desde 15 de agosto por suspeita de tráfico de pessoas, exploração sexual infantil e trabalho infantil irregular. O vídeo publicado por Felca em agosto acelerou as investigações do Ministério Público da Paraíba após denunciar a exposição de crianças e adolescentes em conteúdos das redes sociais produzidos pela “turma de Hytalo”.

A oitiva de Felca durou parte das cinco horas da sessão, que também incluiu testemunhas da defesa. Advogados do casal protocolaram pedido de revogação da prisão preventiva, mas a decisão ficou para 12 de novembro. Hytalo e Euro permanecem detidos na Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, em João Pessoa, sob segredo de justiça.

Investigações revelam que o caso começou em 2024, com apurações sobre violações ao Estatuto da Criança e do Adolescente. O Ministério Público identificou indícios de constrangimento a menores em vídeos de dança e ostentação, com conotação sexual, que geravam engajamento nas plataformas digitais.

  • Principais crimes investigados: tráfico de pessoas e exploração sexual.
  • Duração da prisão até agora: mais de dois meses.
  • Próximos passos: oitiva de testemunhas remanescentes e interrogatório dos réus.
Hytalo Santos
Hytalo Santos – Foto: rede Social

Denúncia inicial de Felca

Felca publicou o vídeo “Adultização” em 6 de agosto, com mais de 42 milhões de visualizações. O conteúdo destacou casos de exposição de menores, incluindo adolescentes que viviam com Hytalo desde os 12 anos. Autoridades confirmam que o material levou à força-tarefa entre Ministério Público da Paraíba, Ministério Público do Trabalho e polícias Civil de São Paulo e Paraíba.

A repercussão resultou na prisão em Carapicuíba, na Grande São Paulo, onde foram apreendidos oito celulares e um veículo de luxo. Felca investigou o caso por mais de um ano antes da divulgação, conforme relatos em entrevistas.

Contexto das investigações

Autoridades apuram desde dezembro de 2024 denúncias de exploração de imagem de menores. O Ministério Público da Paraíba abriu procedimentos em João Pessoa e Bayeux, após pedidos do Conselho Tutelar. Hytalo alega ter tutela autorizada pelos pais, com matrícula em escolas particulares em troca de participação nos vídeos.

Depoimentos de ex-funcionários apontam restrições à alimentação e vida social dos adolescentes, tratados como “propriedade”. O Gaeco assumiu o caso em setembro, identificando ligações com plataformas de apostas que financiavam os conteúdos.

O Superior Tribunal de Justiça negou habeas corpus em outubro, mantendo a prisão por indícios de materialidade dos crimes.

Acusações contra o casal

Hytalo Santos e Euro enfrentam fortes indícios de tráfico humano, com foco em exploração sexual e econômica de menores. O juiz Antônio Rudimacy Firmino de Souza destacou depoimentos e provas documentais na decisão de prisão preventiva.

Ex-funcionários relataram que adolescentes dependiam de autorização para refeições e não tinham interações sociais externas. Uma jovem de 17 anos, citada por Felca, vivia com o casal desde os 12 anos, participando de danças sensuais para engajamento online.

  • Indícios principais: produção de vídeos com conotação sexual e constrangimento.
  • Apreensões na prisão: oito celulares e veículo de luxo.
  • Bloqueio judicial: acesso às redes sociais desde agosto.
  • Valor estimado de produção de conteúdos: milhões em patrocínios.

O Ministério Público colhe depoimentos de pais para verificar omissões no dever de proteção.

Pedido de liberdade adiado

A defesa de Hytalo e Euro argumenta falta de contraditório nos depoimentos iniciais e pressão midiática após o vídeo de Felca. O pedido de revogação da prisão foi apresentado na audiência de hoje, mas o juiz adiou a análise para 12 de novembro.

Advogados acreditam que a próxima sessão pode ser decisiva, com elementos para mudança de regime. O casal permanece em João Pessoa, onde o processo corre em segredo de justiça.

Detalhes da produção de conteúdos

Hytalo construiu carreira com vídeos de dança no estilo brega funk, ostentando luxo financiado por marcas. Casamento com Euro em 2023 custou cerca de R$ 4 milhões, com convites em smartphones de R$ 700 mil.

Adolescentes apareciam em baladas e produções com adultos, violando o ECA, que proíbe exploração de imagem que exponha menores a vexame. Meta suspendeu contas de Hytalo e de uma jovem de 17 anos após repercussão.

Autoridades identificaram que apenas duas adolescentes ainda viviam com o casal antes da prisão, com documentação parcial entregue após fiscalizações.

Investigações prosseguem com análise de materiais apreendidos, visando o interrogatório dos réus na sequência.

Avanços na apuração policial

A força-tarefa incluiu Gaeco e Polícia Federal, resultando em ação civil pública para suspensão de redes e retorno de jovens às famílias. Felca relatou ameaças após a denúncia, adotando medidas de segurança.

O caso mobilizou discussões sobre regulação de conteúdos infantis nas redes, com projetos no Congresso para proteção de dados e publicidade digital. Depoimentos adicionais de testemunhas da acusação reforçam os indícios contra o casal.

  • Órgãos envolvidos: MP-PB, MPT, Gaeco e polícias Civil.
  • Início das apurações: novembro de 2024.
  • Visualizações do vídeo de Felca: 42 milhões.

O processo segue com expectativa de novas oitivas antes da decisão sobre a prisão.

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