Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá – Foto: reprodução
A série Tremembé, lançada no Prime Video em outubro de 2025, trouxe de volta à tona o caso do assassinato de Isabella Nardoni, ocorrido em março de 2008 na zona norte de São Paulo. Anna Carolina Jatobá, madrasta da menina de 5 anos, e Alexandre Nardoni, pai da vítima, foram condenados em 2010 por homicídio qualificado. A produção destaca a rotina no presídio de Tremembé, onde Jatobá cumpriu parte da pena de 26 anos e 8 meses.
Em junho de 2023, a Justiça de São Paulo autorizou a progressão de Jatobá para o regime aberto, após 15 anos de prisão no regime fechado e semiaberto. Essa medida permite que ela trabalhe ou estude durante o dia, com recolhimento obrigatório à noite e fins de semana. O Ministério Público monitora o cumprimento das regras para evitar regressão de regime.
A decisão judicial considerou o bom comportamento carcerário de Jatobá, incluindo participação em atividades laborais na penitenciária. Alexandre Nardoni, condenado a 30 anos e 10 meses, obteve a mesma progressão em maio de 2024. Ambos residem na região metropolitana de São Paulo, sob sigilo de endereço para preservar a ressocialização.
- Principais exigências do regime aberto: comparecimento mensal à Justiça, proibição de frequentar locais de risco e comprovação de ocupação laboral.
- Reduções de pena: Jatobá acumulou 990 dias abatidos por estudos e trabalho na prisão.
- Supervisão: relatórios psiquiátricos favoráveis confirmam adesão às normas.
Progressão judicial e rotina atual
A Vara de Execuções Criminais de Taubaté analisou o pedido de Jatobá em 2023, com base na Lei de Execução Penal. A juíza Márcia Domingues de Castro assinou o alvará de soltura, liberando-a no mesmo dia. Desde então, Jatobá mantém rotina discreta, evitando exposição pública.
Ela reside em um apartamento na zona norte de São Paulo, próximo ao bairro de Santana, com os dois filhos do casal, hoje com 20 e 18 anos. A família Nardoni custeia despesas jurídicas, mas Jatobá adotou o nome de solteira em 2023, registrando-se como Anna Carolina Trota Jatobá nos documentos.
Registros judiciais mostram que ela participou de eventos familiares, como a formatura do filho mais velho em 2024. Autorizações para essas saídas exigem comprovação de deslocamentos e horários estritos.
Em agosto de 2025, testemunhas relataram avistamentos de Jatobá em compras no bairro de Santana, indicando mobilidade diurna permitida pelo regime. A Justiça exige relatórios periódicos de atividades para validar a progressão.
Reaproximação com Alexandre Nardoni
O casal se separou no final de 2023, logo após a saída de Jatobá da prisão. No entanto, relatos de investigações policiais apontam reaproximação em fevereiro de 2025. O ex-delegado Jorge Lordello confirmou a união em entrevista a podcast, destacando afinidade mantida apesar das penas.
Autorizações judiciais permitiram que ambos atuassem como padrinhos em um casamento familiar em março de 2024. A família de Nardoni continua a apoiar financeiramente a defesa de Jatobá, totalizando valores não divulgados em processos sigilosos.
Flagrantes em agosto de 2025 capturaram os dois juntos em atividades cotidianas na zona norte. A Justiça de São Paulo monitora a relação para garantir cumprimento das penas individuais, sem interferência mútua em violações.
Nardoni registrou uma microempresa de corretagem de imóveis em 2025, atendendo à exigência de ocupação laboral. Jatobá, por sua vez, busca atividades semelhantes, com foco em reinserção profissional.
Detalhes do crime e investigação
O assassinato ocorreu em 29 de março de 2008, no apartamento do Édificio London, em Santana. Isabella sofreu agressões, asfixia e foi jogada do sexto andar após corte na tela de proteção. A Polícia Civil concluiu que Jatobá agrediu a menina, enquanto Nardoni facilitou o arremesso.
A investigação durou semanas, com perícias forenses confirmando lesões incompatíveis com acidente. O casal foi preso em abril de 2008, após contradições em depoimentos iniciais. O julgamento em 2010, no Fórum de Santana, resultou nas condenações por homicídio triplamente qualificado e fraude processual.
Laudos médicos apontaram esganadura e ferimentos contundentes na cabeça da vítima. A defesa alegou inocência, mas provas como digitais e testemunhas oculares sustentaram a acusação. O processo tramitou em segredo de Justiça por envolver menor.
A mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, move ações por reparação moral até 2025. O caso mobilizou debates sobre violência doméstica e falhas em perícias iniciais.
O Ministério Público recorreu contra progressões, mas a Justiça priorizou ressocialização. Documentos de 2025 registram ausência de faltas graves nos últimos anos de prisão.
Representação na série Tremembé
Bianca Comparato interpreta Jatobá na produção de cinco episódios, lançada em 31 de outubro de 2025. A série, baseada em livros de Ullisses Campbell, foca na convivência no presídio entre 2015. Lucas Oradovschi vive Nardoni, recriando dinâmicas prisionais.
A trama mistura fatos reais com ficção, explorando interações com outras detentas como Suzane von Richthofen e Elize Matsunaga. Gravações ocorreram em locações que simulam Tremembé, com duração média de 45 minutos por episódio.
Críticas iniciais elogiam a caracterização fiel, sem sensacionalismo. A estreia coincidiu com o Dia das Bruxas, mas o enredo prioriza rotinas carcerárias documentadas.
Jatobá aparece em cenas de tensão e alianças internas, refletindo exposição midiática pós-crime. A produção evita reconstruções gráficas do assassinato, centrando-se em consequências prisionais.
Autorizações para viagens e lazer
Em dezembro de 2024, Jatobá obteve permissão para 30 dias de férias no Guarujá, litoral de São Paulo. O pedido visava aproximação com os filhos, aprovado apesar de oposição do Ministério Público. Regras incluíam proibição de bares e comprovação de horários.
Nardoni recebeu autorização similar até fevereiro de 2025 no mesmo condomínio de luxo. Ambos seguiram recolhimento noturno durante o período, com monitoramento remoto.
Em setembro de 2025, Jatobá foi vista mergulhando na praia do Guarujá, em saída diurna autorizada. A Justiça exige relatórios de localização via GPS para viagens.
Essas liberações atendem à Lei de Execução Penal, promovendo laços familiares. Violações podem revogar benefícios, como ocorreu em 2020 com contatos irregulares.
O Ministério Público avalia pedidos mensalmente, com risco de regressão ao semiaberto.
Supervisão e futuro das penas
Jatobá cumpre a pena até 2032, com supervisão da Vara de Execuções Criminais. Mudanças de endereço ou viagens demandam aprovação prévia, registradas em autos judiciais.
Nardoni encerra a sentença em 2035, com microempresa ativa na Junta Comercial de São Paulo. Ambos evitam redes sociais e entrevistas, priorizando anonimato.
Filhos do casal, maiores de idade, residem com parentes e mantêm distância da mídia. Ações judiciais da família de Isabella prosseguem, buscando indenizações.
Relatórios de 2025 confirmam adesão às normas, sem incidentes graves.
