- Política
- 30 de março de 2025
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Zambelli diz se arrepender de dia da perseguição armada e se vê abandonada por Bolsonaro
Zambelli admite que não deveria ter sacado arma no meio da rua em São Paulo e afirma que voltará à…
Zambelli admite que não deveria ter sacado arma no meio da rua em São Paulo e afirma que voltará à vida pública após reaver direitos políticos

Carla Zambelli: deputada teve mandato cassado pelo STF (Foto: Instagram)
Em entrevista publicada neste domingo (30) pelo jornal Folha de S. Paulo, a deputada federal Carla Zambelli, que já tem votos suficientes no Supremo Tribunal Federal (STF) para ser condenada e cassada, diz se arrepender de perseguir um homem com arma em punho na rua, às vésperas da eleição de 2022 em São Paulo.
“[O que me arrependo de ter feito na minha trajetória política foi] Esse dia de ter ido atrás desse rapaz. Devia ter entrado no carro e ido embora, como fazia sempre todas as vezes que tentavam, até hoje, que tentam brigar comigo na rua. Esse dia foi o único dia que eu não saí, infelizmente. Mas me arrependo, deveria ter saído”, diz a deputada.
Zambelli, de 44 anos, afirma que se sente abandonada por Bolsonaro. “Acho que esperava apoio. Desde 2013 eu apoio o Bolsonaro. Esperava ter algum tipo de retribuição em relação a isso. Ou seja, contar com a amizade dele nesse momento difícil. Mas acho que não só eu como outras pessoas também perderam a amizade do presidente no momento que precisaram”.
A parlamentar discorda da avaliação do ex-presidente de que o episódio protagonizado por ela nas ruas de São Paulo foi decisivo para que ele perdesse as eleições de 2022. “Eu discordo do presidente Bolsonaro. Eu acho que atrapalhou, sim. Mas não teve vários dias de divulgação dessa imagem. Foi simplesmente meio dia. Não acho que tanta gente tenha mudado de opinião em relação ao voto que daria. É um peso bastante grande ter ouvido aquilo. Pesou bastante nas minhas costas. Na verdade, desde 2022 enfrento depressão por causa desse episódio e tive vários momentos bem ruins. Ter ouvido isso dele me deixou bastante chateada”.
Zambelli e a cassação
A respeito do processo que, depois de concluído, resultará na condenação e cassação do mandato, Zambelli reconhece que tem poucas chances de reverter a decisão na fase de recurso, mas adianta que vai recorrer. “Estou num momento mais difícil politicamente falando. Nunca imaginei passar por uma situação dessa. Uma possível prisão, por um crime que não cometi. Considero isso uma perseguição política”.
Ela afirma que, ainda que não consiga reverter a inelegibilidade, pretende voltar à vida pública em 2030. “Não vão se livrar tão cedo de mim”.
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