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  • 30 de outubro de 2024
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Vítima fala pela primeira vez do caso Robinho

Identificada como Mercedes, a vítima de origem albanesa relatou o drama que viveu: "Tiraram uma parte importante de mim" Publicado…

Identificada como Mercedes, a vítima de origem albanesa relatou o drama que viveu: “Tiraram uma parte importante de mim”

Robinho durante audiência de custódia na sede da Polícia Federal em Santos. Foto: Reprodução

A vítima do estupro coletivo que culminou na prisão de Robinho deu um depoimento inédito sobre o caso em documentário produzido pelo Globoplay.

Identificada como Mercedes, a vítima de origem albanesa relatou o drama que viveu: “Tiraram uma parte importante de mim”. Ela não teve o rosto revelado, aparecendo apenas com sua silhueta, e disse que “se apagou” depois do ocorrido em uma boate em Milão, na Itália, em 2013.

“Se eu fosse me descrever, me sentia como uma música brasileira. Cheia de ritmo, cheia de alegria, cheia de luz. Digo sempre que eu estava cheia de cores. Coisa que depois se apagou. Obviamente tiraram uma parte importante de mim. (…) O tempo ajuda, mas não apaga” disse a vítima, ao Globoplay.

“Espero que meu testemunho seja útil. Não para condenar de novo em nível midiático ou para humilhar publicamente. Mas que possa servir como ensinamento. Porque no fim é muito fácil chegar à sentença, à condenação. Seria justo que se pare antes, que isso não aconteça. É nisso que precisamos trabalhar. Trabalhar com os meninos, nas escolas, educar com a família, que é a base para tudo. A gente precisa ser responsável desde cedo.”

É a primeira vez que a vítima fala publicamente sobre o caso. Robinho está preso desde março, condenado a nove anos de prisão pelo crime, após gravações da polícia italiana que foram publicadas com exclusividade no podcast UOL Esporte Histórias – Os Grampos de Robinho.

O CRIME E A CONDENAÇÃO DE ROBINHO

Robinho e mais cinco amigos foram denunciados por estupro por uma mulher albanesa. O caso aconteceu no dia 22 de janeiro de 2013, na boate Sio Cafe, em Milão, na Itália. Até nesta quarta-feira (30), apenas ele e Ricardo Falco foram condenados.

Os outros quatro amigos de Robinho não foram julgados. Como todos já haviam deixado a Itália durante as investigações, eles não foram localizados pela Justiça para serem notificados para a audiência preliminar que aconteceu em 31 de março de 2016. Assim, o juiz resolveu separar os casos

Em 2014, Robinho admitiu ter mantido relações sexuais com a vítima, mas negou violência sexual. Ele reforçou o discurso em 2020, em entrevista ao UOL.

Ainda em 2020, quando já havia sido condenado em primeira instância, ele acertou seu retorno ao Santos. O Peixe, no entanto, suspendeu o contrato com o atacante dias depois por causa da pressão da torcida e da imprensa pelo caso.

Em 2022, Robinho foi condenado na terceira e última instância da Justiça italiana a nove anos de prisão. Entretanto, ele nunca foi preso por já estar no Brasil, que não extradita seus cidadãos. Sendo assim, a Itália pediu para que o Brasil julgasse a possibilidade de o ex-jogador cumprir a pena em solo brasileiro.

O Ministério Público Federal se manifestou a favor da prisão de Robinho neste ano. O vice-procurador geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, mencionou as gravações feitas pela Justiça italiana, publicadas pelo UOL, que levaram à condenação de Robinho.

O podcast UOL Esporte Histórias – Os Grampos de Robinho trouxe áudios inéditos usados pela Justiça italiana para condenar Robinho e Ricardo Falco pelo estupro.

EM CASO DE VIOLÊNCIA, DENUNCIE

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 —Central de Atendimento à Mulher— e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.

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