A declaração foi dada durante um evento de inauguração de um novo edifício da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, com recursos do novo PAC. Padilha se referia à ausência do governador no evento.
“A gente sempre convidou, e ele sempre esteve presente. Algo mudou da parte do governador, ou por problema de agenda, ou por algum outro motivo que não está presente. Vamos continuar convidando, investindo em São Paulo”, disse. “Da parte do governo federal, não vai acabar qualquer tipo de diálogo.”
O ministro da Educação, Camilo Santana, também falou sobre a ausência. Diz que São Paulo tem aderido às políticas de educação do governo e que é preciso construir uma relação respeitosa e republicana. “A relação precisa existir e garantir que vamos trabalhar juntos.”
É a terceira vez em menos de uma semana que integrantes do governo federal mostram incômodo com a ausência de Tarcísio de agendas com Lula.
No último sábado, em evento na zona sul de extensão de uma linha de metrô, o presidente criticou a ausência do governador e do prefeito e deixou de assinar uma carta de intenções a respeito da obra. Nesta quinta (4), em evento de entrega de ambulâncias no interior de São Paulo, Lula se referiu á falta como “uma pena”.
Em maio, durante a inauguração de novos trechos na Via Dutra, obras cuja paternidade é alvo de disputa entre os governos, Padilha também mencionou a ausência. Na ocasião, o Bandeirantes disse que o convite foi feito em cima da hora – três dias antes, enquanto o evento havia sido anunciado havia quase um mês.
O mal-estar destoa do clima ameno registrado em fevereiro, durante evento sobre o túnel Santos-Guarujá, em Santos, do qual participaram Lula e Tarcísio. Depois de algumas rusgas, ficou acordado que a obra seria viabilizada por meio de uma parceria entre os governos federal e estadual. Na ocasião, um apoiador de Lula gritou: “Tarcísio, volta para o PT”, em referência à época em que foi diretor do Dnit, na gestão Dilma. O governador deu risada.
A GloboNews apurou com um aliado de Tarcísio que a avaliação é de que os eventos do governo federal têm sido usados politicamente. Mas que podem estar presentes em eventos que envolvam parcerias entre os entes.
Em nota, o governo de São Paulo disse que nos últimos dias o governador cumpriu agendas na capital e em nove cidades de São Paulo que incluíram a assinatura de convênios com gestores municipais no Bandeirantes, anúncio de investimentos e liberação de verbas para obras viárias.
Osasco é uma das cidades de São Paulo cujo comando o PT quer retomar. O pré-candidato é o deputado estadual Emídio de Souza (PT), que esteve presente no evento – assim como o atual prefeito, Rogério Lins (Podemos). No evento, Lins agradeceu Lula e disse que hoje não haveria divisão. “O nosso partido se chama educação. Estamos no mesmo time.”
Na capital, Lula e Tarcísio apoiam os dois principais oponentes na disputa. Lula está com Guilherme Boulos (PSOL), que tem participado de agendas do governo federal, e Tarcísio apoia a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).