“Tínhamos que fechar 50”: Mabel reage a críticas por fiscalização de bares em Goiânia

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), reagiu a críticas do setor de bares e restaurantes após a série de fiscalizações e interdições realizadas no Setor Marista no fim de semana. Durante entrevista concedida antes de sua prestação de contas na Câmara Municipal, nesta segunda-feira (24/3), o gestor afirmou que as fiscalizações continuarão e alertou: “Nós tínhamos que fechar uns 50”, após questionamento feito pelo Mais Goiás.

A fala de Mabel ocorre em meio ao início de uma tensão entre o Paço Municipal e entidades como o Sindibares-GO e a Abrasel-GO, que acusam a Prefeitura de conduzir operações com “caráter midiático” enquanto alegam lentidão na emissão de alvarás – o que, segundo as organizações, dificulta a regularização dos estabelecimentos. Questionado pelo Mais Goiás, sobre o processo de emissão dos alvarás para regularizar a situação, Mabel não respondeu, mas disse que continuará com o discurso moralizador.

Fiscalização de bares em Goiânia: “precisam entender que existe lei”, reage Mabel a críticas

“O que as pessoas precisam entender é que existe lei. Nenhum daqueles bares que foi fechado reabriu no dia seguinte, como se aqui fosse bagunça. Não reabriram. Tomaram R$ 10 mil de multa e foram fechados de novo porque estão desrespeitando a lei há muito tempo”, afirmou Mabel.

O prefeito também relatou que fiscais municipais têm sido hostilizados durante as fiscalizações nos bares de Goiânia. “Um deles foi agredido há dez dias. Quando um cidadão agride um fiscal, ele não está batendo só no servidor — está batendo no Estado, na máquina pública. Isso não pode ser normalizado”, completou.

Apesar das críticas vindas do setor produtivo — tradicionalmente aliado do prefeito —, Mabel reafirmou que sua gestão apoia os empreendedores, inclusive os ambulantes. Mas também alerta. “Apoio todos que trabalham no lugar certo. Agora, fazer barulho até três, quatro horas da manhã, com carro de som no meio dos prédios, isso não tem condição”.

Bares interditados: ‘a lei vai funcionar para todo mundo’, reforça

De acordo com ele, as fiscalizações não têm como alvo apenas a periferia ou regiões específicas da cidade. “Os três bares que fechamos estão no Marista e no Setor Oeste. Eu trato a cidade toda igual. A lei vai funcionar para todo mundo”, disse.

O prefeito também mencionou que distribuidoras de bebidas que atuarem fora das normas — colocando mesas na calçada, promovendo aglomerações e barulho — também serão alvo das operações. “Distribuidora não é bar. É para comprar bebida e ir embora. Onde não for assim, vamos fechar”, afirmou.