A sabatina dos novos diretores do BC, contudo, deve ocorrer somente depois das eleições.
A indicação de Galípolo foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Palácio do Planalto. Atualmente, o economista faz parte da diretoria do BC.
Ele será sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. As reuniões do CAE ocorrem às terças e quartas-feiras.
Em seguida, precisa ter seu nome aprovado pelo plenário da Casa. A votação é secreta.
Caso seja aprovado, Galípolo será o sucessor de Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, que permanece no cargo até dezembro. Ele cumpre o mandato de quatro anos, conforme a legislação.
Haddad anuncia indicação de Gabriel Galipolo para presidência do Banco Central
Indicação esperada
O objetivo era tentar costurar uma data para apreciação do nome dele no Congresso antes das eleições municipais.
Galípolo é um economista próximo de Lula. Ele atuou na campanha do petista, na equipe de transição de governo e no Ministério da Fazenda antes de assumir a Diretoria de Política Monetária do BC.
Como diretor de política monetária, Galípolo investiu em declarações que o mostrassem como independente das visões políticas de Lula. Em diversas ocasiões, o economista defendeu que a manutenção da taxa de juros é uma decisão puramente econômica.
No início de agosto, por exemplo, ele afirmou que “todos diretores [do BC, com voto na definição da taxa de juros] estão dispostos a fazer o que for necessário para cumprir a meta [de inflação]”.
No início da semana, Galípolo comentou as diferenças entre o cenário econômico brasileiro e dos Estados Unidos — que começou a dar sinais de moderação.
“A atividade está aquecida, se mostrando dinâmica no Brasil (…) Tem mostrado bastante dinamismo”, afirmou, durante participação em evento de comemoração dos 125 anos do Tribunal de Contas do Estado do Piauí, em Teresina (PI).
Segundo ele, a função do Banco Central, neste momento, é fazer com que esse crescimento da demanda “não esteja ocorrendo de maneira desordenada com a oferta, que vá produzir um processo inflacionário, que vá corroer esta renda que vem crescendo.”
Galípolo observou que, mesmo com uma projeção do mercado de que os juros serão maiores nos próximos anos do que o estimado anteriormente, as expectativas de inflação do mercado seguem “desancoradas”, ou seja, acima das metas de inflação.