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PMMA deveria ser tirado do mercado, diz presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

PREVENÇÃO

Influenciadora faleceu após aplicação do procedimento.

Domingos Ketelbey

PMMA deveria ser tirado do mercado, diz presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

Modelo de Brasília morreu após realizar procedimento em Goiânia (Foto: Redes Sociais)

A recente morte da modelo Aline Maria Ferreira, 33 anos, após aplicação de PMMA (polimetilmetacrilato) em uma clínica de estética em Goiânia, reacendeu o debate sobre a segurança em procedimentos estéticos e os riscos do uso dessa substância. A influenciadora realizou a intervenção em uma clínica de Goiânia no final do mês passado e veio a óbito na última terça-feira (2), após uma série de complicações. Uma funkeira também tem relatado complicações desde que fez a aplicação do produto.

Em entrevista ao portal Mais Goiás, o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Goiás, Fabiano Calixto, alerta para os perigos do PMMA e dá dicas importantes para quem busca um profissional de estética. “É um produto que seria prudente a Anvisa retirar do mercado”, pontua.

Calixto é categórico ao afirmar que a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e a Sociedade Brasileira de Dermatologia não recomendam o uso de PMMA para fins estéticos. “É um procedimento extremamente invasivo e que traz uma série de riscos para o paciente, como processos inflamatórios crônicos, infecções, necroses, embolia, aumento de cálcio no sangue e até mesmo óbito”, alerta.

De acordo com Fabiano, o procedimento que pode ter provocado a morte de Aline sequer deveria ter sido feito, uma vez que vai contra todas as orientações dos especialistas. “Na nossa opinião, PMMA não deve ser utilizado para fins estéticos. Primeiramente, esse procedimento não deveria ter sido nem realizado”, pontua.

O especialista explica que o PMMA, uma vez introduzido no corpo, não pode ser totalmente removido, o que aumenta os riscos de complicações a longo prazo. “Essa substância traz uma série de problemas ao paciente, como processos inflamatórios crônicos, pode ter infecções, necroses, complicações mais graves como embolia, aumento de cálcio no sangue e em decorrência disso levar a um paciente renal crônico e até levar ao óbito.”, completa.

Dicas para escolher um profissional de estética

Calixto ressalta a importância de buscar um profissional médico qualificado e especialista na área antes de realizar qualquer procedimento estético. “É fundamental verificar se o médico possui registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) e se é especialista na área de atuação. Além disso, é importante pesquisar sobre a clínica e o profissional, buscando referências e informações sobre sua experiência e qualificação”, alerta o especialista.

Para evitar problemas e garantir a segurança em procedimentos estéticos, o Dr. Calixto dá algumas dicas importantes:

  1. Verifique a qualificação do profissional: Certifique-se de que o profissional é médico e especialista na área de atuação. Consulte os sites do Conselho Regional de Medicina (CRM) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) para confirmar a especialização e o registro do profissional.
  2. Confira o currículo do profissional: Outra dica é observar a formação do profissional: onde ele se formou, ele é atualizado e vai sempre a Congressos? Está buscando sempre se aprimorar? É importante as pessoas verificarem isso. Um profissional que busca se atualizar é diferenciado.
  3. Tire todas as suas dúvidas: Antes de realizar qualquer procedimento, converse com o profissional, tire todas as suas dúvidas e informe sobre seu histórico de saúde, uso de medicamentos, alergias e cirurgias anteriores.
  4. Não esconda informações: Seja transparente com o profissional sobre seus hábitos, como tabagismo e uso de álcool, pois podem interferir no resultado do procedimento e aumentar os riscos de complicações.

Dona de clínica presa após morte de modelo só fez 3 meses de medicina no Paraguai

Grazielly da Silva Barbosa, que se passava por biomédica e foi presa após a morte da modelo Aline Maria Ferreira, de 33 anos, que passou por um procedimento no bumbum, cursou apenas 3 meses de medicina no Paraguai, segundo a delegada Débora Melo. O relato foi feito pela própria Grazielly à Polícia Civil.

A dona da clínica de estética em que Aline fez o procedimento sequer tinha formação técnica para realizar o procedimento. Grazielly da Silva Barbosa, fez apenas três meses de medicina no Paraguai, de acordo com a delegada Débora Melo, da Polícia Civil, que investigou o caso. 

Ela responderá por pelo menos três crimes nas relações de consumo e um inquérito ainda será aberto para apurar se a morte da influenciadora foi em decorrência do procedimento feito pela falsa profissional.

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