• Política
  • 25 de fevereiro de 2025
  • No Comment
  • 21
  • 5 minutes read

Justiça Eleitoral condena Marçal e o declara inelegível por 8 anos

SÃO PAULO (FOLHAPRESS) – A Justiça Eleitoral de São Paulo condenou Pablo Marçal (PRTB), candidato derrotado na última eleição para…

SÃO PAULO (FOLHAPRESS) – A Justiça Eleitoral de São Paulo condenou Pablo Marçal (PRTB), candidato derrotado na última eleição para a prefeitura da capital paulista, por abuso de poder político e econômico, determinando que ele fique inelegível por oito anos, a partir de 2024.

Em sentença assinada nesta sexta-feira (21), o juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral, acolheu parcialmente ações movidas pela campanha de Guilherme Boulos (PSOL) e pelo PSB, partido que tinha Tabata Amaral como candidata.

Por nota, Marçal disse que gravou “milhares de vídeos de apoio político para candidatos” e que está “em paz por não ter feito nenhum vídeo em troca de apoio financeiro, conforme demonstrado na prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral”

Marçal, que tem se colocado como candidato à Presidência em 2026, publicou em suas redes sociais ofertas para a gravação de vídeos de apoio a candidatos “de direita” em troca de transferências via Pix de R$ 5.000.

Segundo a decisão da Justiça, no vídeo, divulgado em 28 de setembro no Instagram, o candidato fez a oferta e divulgou um link que levava a um formulário. O abuso, no entendimento do juiz foi que, dessa forma, “Pablo Marçal vendera seu prestígio em troca de dinheiro”.

O abuso do poder político ficou caracterizado, ainda de acordo com a decisão, porque o candidato “pôde fazer isso por ter sido escolhido em convenção por estar na estrutura de um partido”.

Segundo o juiz, a prática foi uma “conduta ilícita que ostenta a potencialidade de lesar o bem jurídico protegido (legitimidade das eleições)”. Zorz afirmou ainda que a atitude de Marçal “configura conduta altamente reprovável (gravidade qualitativa) e violadora do princípio da legitimidade das eleições”.

O juiz entendeu ainda que Marçal não estava recebendo uma doação com o vídeo, mas sim uma contraprestação por um produto ilegal, a produção de material de apoio político, vendido à margem da fiscalização da Justiça Eleitoral e em desconformidade com as regras sobre arrecadação e gastos de campanha.

No vídeo, Marçal disse também que a campanha era “desleal” e que ele não usava dinheiro público enquanto “os bonitões gastam R$ 100 milhões para fazer propaganda enganosa”, referindo-se aos adversários.

Na condenação, o juiz Zorz afirmou que a fala se caracterizou como um “fato gravemente descontextualizado que atingiu a integridade do processo eleitoral correspondente” e a classificou como fraude.

Antonia de Jesus, candidata ao cargo de vice-prefeita na chapa de Marçal, que também figurava nas ações, não foi punida. “Sua posição se resume como mera beneficiária da conduta, o que justificaria, em tese, a cassação de registro ou de diploma se a chapa tivesse sido eleita”, segundo o juiz.

No processo, a defesa de Marçal afirmou que os recursos recebidos foram estornados posteriormente e que apenas seis pessoas chegaram a fazer transferências. Contudo os argumentos não foram aceitos pelo juiz.

Nas últimas semanas, o advogado Paulo Hamilton, que representa Marçal nas ações, afirmou que não houve ilícito por parte do então candidato.

O presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, divulgou nota dizendo acreditar que a decisão de primeira instância será revertida.

“Entendemos que a interpretação adotada na decisão inicial não reflete a realidade dos fatos nem a razoabilidade merecida em questão”, disse Avalanche.

Marçal, segundo o presidente de seu partido, seria vítima de “ataques e perseguições políticas”. “Nosso compromisso é com a verdade, a justiça e a lisura do processo eleitoral. Confiamos que o TRE-SP reestabelecerá o equilíbrio necessário”, diz o texto.

Além das duas ações que resultaram na condenação desta sexta-feira, Marçal é alvo de outros três processos na Justiça Eleitoral que também têm potencial de condená-lo à inelegibilidade.

Elas são decorrentes dos “campeonatos de cortes de vídeos” promovidos pelo então candidato durante a campanha. Marçal oferecia pagamentos em dinheiro a pessoas cujos vídeos com trechos de suas falas tivessem mais visualizações nas redes.

Os campeonatos de cortes motivaram a suspensão das contas de Marçal nas redes sociais até o fim do primeiro turno. A decisão havia sido tomada pelo mesmo juiz que o condenou agora. Na ocasião, contudo, o magistrado autorizou que Marçal criasse novas contas para continuar sua campanha.

“Continuo acreditando na justiça e tenho certeza de que tudo será esclarecido durante o processo de recurso”, disse, no texto.

Continue Lendo

Emendas de Alcolumbre de R$ 15 mi bancam programa…

(Folhapress) O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), destinou cerca de R$ 15 milhões em emendas parlamentares a um programa realizado por uma ONG que tem…
Entenda como funciona o julgamento da denúncia contra Bolsonaro em 25 de março

Entenda como funciona o julgamento da denúncia contra Bolsonaro…

"Caso a denúncia seja rejeitada, o caso será arquivado", afirma a advogada Júlia Matos Publicado em: 14/03/2025 15:40 Última atualização: 14/03/2025…
Motta repreende Gayer após bolsonarista fazer insinuações sobre Gleisi e Alcolumbre

Motta repreende Gayer após bolsonarista fazer insinuações sobre Gleisi…

“Me veio a imagem da Gleisi, Lindbergh e do Davi Alcolumbre fazendo um trisal. Que pesadelo”, escreveu o bolsonarista no X…

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *