- Interior
- 17 de dezembro de 2024
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Hospital Araújo Jorge suspende novas consultas oncológicas a partir desta terça (17/12)
A decisão surge devido a falta de repasses da Prefeitura de Goiânia ao Hospital Araújo Jorge e com isso milhares…
A decisão surge devido a falta de repasses da Prefeitura de Goiânia ao Hospital Araújo Jorge e com isso milhares de pacientes em tratamento oncológico podem ficar sem atendimento
Hospital de Câncer Araújo Jorge, em Goiânia, Goiás (Foto: Reprodução)
O Hospital Araújo Jorge suspendeu novas consultas oncológicas a partir desta terça-feira (17/12). O motivo para a decisão é a falta de repasses da Prefeitura de Goiânia. Com isso, milhares de pacientes em tratamento de câncer podem ficar sem atendimento, colocando suas vidas em risco.
Em nota, a direção do Hospital de Câncer Araújo Jorge informou que “os atendimentos de primeira consulta oncológica regulados pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia serão suspensos por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (17/12). A decisão foi tomada devido à ausência de repasses financeiros por parte da Prefeitura de Goiânia, que inviabiliza a continuidade plena das operações da instituição e ameaça diretamente o direito à saúde dos pacientes”, disse.
Ainda segundo a unidade hospitalar, os pacientes que já estão em tratamento no hospital continuarão sendo atendidos normalmente, garantindo a continuidade de seus cuidados. Entretanto, os pacientes com consultas de primeira vez marcadas para o dia 17 de dezembro ou após essa data devem procurar o Complexo Regulador da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia para orientações.
Hospital suspende consultas após mais de 55 milhões em débitos
Segundo a direção da unidade, o cenário atual reflete anos de negligência e promessas não cumpridas pela gestão municipal. O hospital, que depende de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) – cuja responsabilidade de repasse é da Prefeitura de Goiânia –, enfrenta atualmente um acúmulo de valores pendentes que totalizam mais de R$ 55 milhões. Este débito inclui a produção SUS dos meses de setembro e outubro de 2024, além de recursos provenientes de emendas parlamentares, portarias federais e outros compromissos financeiros.
O hospital lembra que os atrasos comprometem despesas operacionais essenciais, incluindo a compra de insumos médicos, folha de pagamento de colaboradores e investimentos estruturais, como a substituição urgente de um acelerador linear com mais de 20 anos de uso, fundamental para os tratamentos radioterápicos.
Hospital é responsável pelo atendimento de mais de 70% dos casos de oncologia em Goiás
Com cerca de 90% de sua receita proveniente de repasses do SUS, o Hospital de Câncer Araújo Jorge atende mais de 70% dos casos de oncologia do estado de Goiás. A falta desses recursos ameaça diretamente milhares de pacientes que dependem exclusivamente do hospital para acesso a diagnósticos e tratamentos oncológicos.
Ainda em nota, a direção do Hospital de Câncer Araújo Jorge destacou que a decisão de suspender os atendimentos de primeira consulta foi tomada após esgotadas todas as tentativas de diálogo com a atual gestão da Prefeitura de Goiânia. A instituição reforça que a responsabilidade por essa grave crise de saúde pública recai sobre a gestão municipal, que expõe pacientes oncológicos à insegurança e incerteza, negando-lhes o acesso ao atendimento no momento em que mais precisam.
Diante da gravidade da situação, o hospital clama por uma ajuda urgente do Governo do Estado de Goiás, dos parlamentares goianos e das demais autoridades competentes. O apoio da sociedade também é fundamental para evitar o colapso da assistência oncológica no Estado. É inadmissível que uma instituição que salva milhares de vidas e que é referência em oncologia no Estado de Goiás seja tratada com descaso pelas autoridades municipais.
Recursos bloqueados
Em nota enviada ao Mais Goiás a Secretaria de Saúde (SMS) de Goiânia disse que os recursos estão bloqueados por decisão da justiça. Veja nota na íntegra:
“A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclarece que os recursos do SUS seguem bloqueados pela justiça. O interventor da saúde, Márcio de Paula Leite, aguarda o desbloqueio para que seja possível pagar a Fundahc e os prestadores SUS, entre eles o Hospital Araújo Jorge”.