Herança de R$ 3 milhões: filha e genro se tornam réus por morte de fazendeiro

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) tornou réus os cinco envolvidos na morte do fazendeiro Nelson Alves de Andrade, assassinado em abril do ano passado. O crime, que teria sido motivado por uma disputa de herança de R$ 3 milhões e arquitetado pela filha e o genro da vítima, envolveu também o executor e dois comparsas que auxiliaram na emboscada. O assassinato aconteceu em Campinorte, na região norte do estado.

A denúncia, aceita pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) na última sexta-feira (10), caracteriza o homicídio como duplamente qualificado, tendo ocorrido por meio de emboscada e mediante promessa de pagamento.

Executor denunciou filha e genro do fazendeiro após calote

A investigação revelou que a filha e o genro foram presos no dia 20 de dezembro de 2024 após o executor do crime, Luiz Henrique da Silva de Lima Mendonça, de 22 anos, denunciá-los de forma anônima para polícia. Ele alegou não ter recebido os R$ 20 mil acordados pelo assassinato. Luiz Henrique foi localizado em Novo Gama, no Entorno do Distrito Federal, escondido na casa de parentes.

Testemunhas relataram à polícia que houve um conflito dias antes do crime entre Nelson e o casal, onde o fazendeiro ordenou que eles desocupassem um imóvel que pertencia a ele. A vítima ordenou a desocupação após desconfiar que a casa era usada como uma espécie de ponto de droga devido ao alto fluxo de pessoas.

A investigação revelou que Nelson Alves foi atingido por dois tiros enquanto pilotava sua moto. O executor e seus comparsas estavam em bicicletas durante a emboscada. Antes da entrega do casal à polícia, Luiz Henrique ameaçou os dois e tentou negociar o pagamento da dívida referente ao crime.

Herança avaliada em R$ 3 milhões

A herança deixada por Nelson incluía 20 alqueires de terra, 110 cabeças de gado e quatro imóveis em Campinorte. A filha da vítima era sua única herdeira e começou a movimentar bens logo após a morte do pai, levantando suspeitas das autoridades. Conforme apurado pela polícia, ela vendeu gado e tentou negociar imóveis em um curto espaço de tempo após o crime.

Em depoimentos à polícia, a filha declarou que não teve participação no assassinato e tentou colocar a responsabilidade sobre seu companheiro. Por outro lado, o genro negou qualquer envolvimento no caso. O delegado Peterson Amin ressaltou que as evidências indicam uma ação conjunta entre os dois.

O processo segue agora para julgamento, onde os réus poderão ser absolvidos ou condenados às penas previstas para o crime.

A defesa da filha e do executor ainda não se manifestou publicamente sobre as acusações até a publicação desta reportagem.