“O gasto está sendo bem feito? Acho que está. Estamos agora fazendo análise onde tem gasto exagerado, que não deveria ter. Com tranquilidade. Sem levar em conta o nervosismo do mercado”, disse o presidente.
Segundo Lula, o problema não é cortar, mas ter um panorama claro do que fazer.
“O problema é saber se precisa efetivamente cortar ou se a gente precisa aumentar a arrecadação”, emendou Lula.
Lula se reúne com ministros em meio a pressão por revisão de gastos
O presidente disse que não é verdade que a dívida pública esteja muito alta. Para tanto, fez uma comparação com países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A OCDE reúne as nações mais desenvolvidas do mundo.
“Não é verdade [que dívida pública muita alta] Media dos países OCDE 123% do PIB, China é 83%, Japão é 237%. O Brasil efetivamente 74, 76%. Está muito aquém dos gastos que outros países fazem”, argumentou Lula.
“Você não pode gastar mais do que você arrecada. Isso vale para todo mundo que tem responsabilidade”, completou.
Ainda sobre corte de gastos, Lula disse garantir que não tomará medidas que mexam em salário mínimo e em benefícios sociais – por exemplo, desobrigando a correção desses valores pela inflação do período.
“Garanto, salário mínimo não será mexido enquanto eu for presidente da República”, disse.
‘Taxa das blusinhas’
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a falar sobre a taxação de compras internacionais de até US$ 50. O projeto, que ficou conhecido como “taxa das blusinhas”, aguarda sanção.
“Viram a briga da blusinha. Veja que absurdo. Temos setor da sociedade que pode viajar uma vez por mês pro exterior e pode comprar até 2 mil dólares sem pagar imposto. Fiz isso pra ajudar classe média alta. Chega tua filha, minha filha, minha esposa, vou taxar os US$ 50? Não é irracional? Não é uma coisa contraditória?”, afirmou.
Em maio, Lula afirmou que a tendência seria vetar a taxa às compras de até US$ 50, mas que estava aberto a negociar. Passado um mês, o presidente indicou que cumprirá o acordo firmado pela equipe econômica com deputados e senadores para implementar a cobrança.
A taxa foi incluída no texto de um projeto que incentiva a transição energética no setor de transportes, aprovada recentemente pelo Congresso Nacional.
A declaração foi dada em entrevista ao UOL.
– Esta reportagem está em atualização