- Interior
- 7 de janeiro de 2025
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Esposa de suspeito de golpes em produtores rurais de Rio Verde está em prisão domiciliar
Polícia Civil considera esse o maior golpe já aplicado contra o agronegócio no Brasil Publicado em: 07/01/2025 17:26 Casal suspeito…
Polícia Civil considera esse o maior golpe já aplicado contra o agronegócio no Brasil
Casal suspeito de aplicar golpe bilionário em produtores de Rio Verde, Goiás (Foto: Reprodução)
Camila Rosa Melo, esposa do corretor de grãos Vinícius Martins de Melo, se entregou para a Polícia Civil e agora cumpre prisão domiciliar em Rio Verde com tornozeleira eletrônica. O casal e outras 16 pessoas, incluindo familiares, foram denunciadas por aplicarem golpes em produtores rurais do município que somam mais de R$ 19 bilhões.
Segundo a defesa de Camila e Vinicius, ela está focada em cuidar dos filhos e cumpre todas as medidas impostas pela Justiça. O advogado Gilles Gomes não esclareceu se o suspeito, apontado como líder do esquema e cujo nome foi incluído na lista de procurados da Interpol, pretende se entregar.
Familiares no esquema de golpes
Um documento do Ministério Público de Goiás (MPGO) revelou que 16 pessoas, inclusive familiares e sócios de empresas de fachada, também participavam do esquema. Entre os denunciados estão o pai de Vinícius, irmãos e cunhadas dele.
Vinícius é apontado como líder da organização criminosa, responsável pelos estelionatos e por lavar o dinheiro em empresas “noteiras”. Camila e a concunhada tinham a função de fazer pagamentos e transações bancárias da companhia de fachada. Outros familiares também são suspeitos de envolvimento no esquema.
O irmão do líder, por exemplo, era sócio-administrador de uma das empresas da família e seria um dos beneficiários dos estelionatos, além de responsável por transações associadas à lavagem de capitais. O outro irmão era o fiscal de uma empresa da família que também se beneficiava dos golpes. Enquanto o pai e um terceiro irmão eram sócios e gestores da principal empresa familiar, também beneficiários da lavagem de dinheiro.
Um procurador de uma das empresas noteiras, quatro sócios formais e mais quatro pessoas também foram denunciadas pelo MP.
Corretor comprava grãos e não entregava a carga
A denúncia afirma que o grupo praticou estelionato por pelo menos dez vezes, com Vinícius liderando as negociações. Ele comprava soja, milho e algodão dos produtores rurais, não pagava ou pagava menos que o valor negociado e não entregava toda a carga para os clientes. Em seguida, vendia os produtos e transferia os valores para empresas fantasmas para ocultar e lavar o dinheiro.
A Polícia Civil considera esse o maior golpe já aplicado contra o agronegócio no Brasil. Pelo menos 13 vítimas registraram boletim de ocorrência contra Vinícius de Mello.
Uma operação da Polícia Civil em novembro apreendeu quase 500 veículos, dois aviões e sete imóveis de luxo, além de pedir o bloqueio de R$ 19 bilhões. A defesa de Vinícius e Camila afirma que os fatos atribuídos a eles não configuram crime e que a investigação está sendo usada para forçar o cumprimento de contratos.