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Embaixada nega repatriar família de brasileiros feridos em bombardeio no Líbano, diz parente

O g1 entrou em contato com o Itamaraty e aguarda retorno.

Fátima Boustani, que nasceu no Líbano e tem cidadania brasileira, estava na casa com os dois dos seus quatros filhos, uma menina de 10 anos e um menino de 9 anos, quando foram surpreendidos pelo bombardeio.

No momento do ataque aéreo, as outras duas crianças, de 12 e 7 anos, tinham saído para a casa dos avós. O marido dela, Ahmad Aidibi, mora em Itapevi. Ele se mudou para o Brasil em busca de oportunidades de trabalho.

Segundo Hussein Ezzddein, primo de Aidibi e que mora em São Paulo, o comunicado da Embaixada foi encaminhado na quinta-feira (6) e diz que: “a pedido do Embaixador, venho reiterar que, de acordo com o regulamento consular brasileiro, não se procede à repatriação de brasileiros que também sejam nacionais dos países onde se encontram, salvo em casos excepcionais, a exemplo de repatriações coletivas”.

À família, o órgão ainda ressaltou que tem acompanhado de perto a evolução do quadro de saúde de Fátima e sua filha Zahraa, e que se empenhou para garantir a transferência dela para um hospital que lhe pudesse prestar a melhor assistência médica possível, garantindo sua internação sem ônus para a família.

“Estamos muito contentes com sua recuperação até o momento. A equipe da Embaixada do Brasil em Beirute permanece dedicada a prestar todo o apoio necessário a sua família e continuará a monitorar atentamente a evolução do estado de saúde da Senhora Boustani e de Zahraa”, finaliza o comunicado.

Estado de saúde

A filha de 10 anos permanece no Hospital Libanês Italiano e o estado de saúde é estável após passar por três cirurgias na perna. O outro filho recebeu alta na quarta-feira (5).

Fátima e o marido planejavam se mudar para o Brasil ainda este ano — Foto: Arquivo Pessoal

Medo de novos ataques

Conforme Hussein, o marido de Fátima está com medo de que novos ataques atinjam os filhos, já que os bombardeiros israelenses no sul do Líbano continuam. Por isso, ele ainda gostaria que fossem repatriadas as crianças, já que Fátima segue internada em situação que precisa de assistência médica.

“A situação da guerra está piorando. Está muito tenso lá. Diante da negativa, vamos ver se conseguimos arrecadar dinheiro, fazer vaquinha”, ressaltou o primo.

Violência aumenta na fronteira entre Israel e Líbano

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Bombardeio

Um vídeo enviado para Hussein mostra como o imóvel da família ficou destruído após o bombardeio. Nas imagens, é possível ver os destroços e marcas de sangue em um sofá da casa (veja acima).

Segundo agências de notícias internacionais, os ataques foram feitos por Israel, que visava áreas do grupo terrorista Hezbollah. A agência AP diz que o Hezbollah afirmou que interceptou um drone de Israel durante os ataques deste sábado.

Família brasileira perde casa em ataque aéreo no Líbano

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Em nota, o governo brasileiro condenou o ataque e informou que presta apoio à família. Veja nota completa:

O governo brasileiro manifesta sua indignação e condena o bombardeio de ontem, dia 1°, em Saddikine, no Sul do Líbano, que resultou em ferimentos em três cidadãos brasileiros. Todos estão recebendo tratamento no Hospital Libanês Italiano, em Tiro. O episódio ocorreu no contexto de ataques das forças armadas israelenses no Sul do Líbano e do Hezbollah no Norte de Israel.

“A Embaixada do Brasil em Beirute está em contato com os familiares e com a equipe médica e presta o apoio consular. Desde o início do conflito entre Israel e Palestina, a Embaixada em Beirute monitora e mantém contato regular com os brasileiros residentes no Sul do Líbano.

O Brasil exorta as partes envolvidas nas hostilidades à máxima contenção, assim como ao respeito aos direitos humanos e ao direito humanitário, de forma que se previna o alastramento do conflito em Gaza e se evitem novas vítimas civis inocentes”.

Família brasileira

Brasileira ferida em ataque no Líbano sai de coma

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Hussein Ezzddein contou ao g1 que seu primo, Ahmad Aidibi, é casado com Fatima Boustani há 15 anos. A família mora em Saddike, a cerca de 100 quilômetros de Beirute.

Aidibi foi para Itapevi antes da mulher e dos filhos para conseguir oportunidade de trabalho, mesmo sem falar português.

Fátima é libanesa, mas já morou no Brasil há alguns anos, tem parente no país e há poucos meses ela e os filhos conseguiram a nacionalidade brasileira.

A família planejava se mudar ainda neste ano para a Grande São Paulo, após o término do período escolar das crianças, informou o primo.

Brasileira que teve casa atingida por ataque aéreo no Líbano está em estado grave

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