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Em meio a furacão político, Biden recebe líderes da Otan para cúpula de 75 anos da aliança

Apesar da guerra na Ucrânia estar no centro das discussões, o objetivo do encontro é celebrar o aniversário de 75 anos da aliança.

As pautas do evento que começa nesta terça-feira (9) e terá três dias de duração incluem a busca por tranquilizar a Ucrânia quanto a durabilidade do apoio do grupo na defesa frente à invasão russa.

Além disso, de acordo com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, há também a intenção de construir uma ponte para a inclusão da Ucrânia como membro da OTAN.

Por isso, está incluída na agenda do presidente americano uma reunião bilateral com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy.

Na noite desta terça (9), Joe Biden e a primeira-dama Jill Biden abrem a cerimônia de aniversário do Tratado, com um evento que acontece no Auditório Andrew W. Mellon, onde o documento foi assinado em 4 de abril de 1949.

Na tarde de quarta-feira (10), Biden deve falar publicamente aos líderes da OTAN e logo em seguida haverá um jantar que, entre outros propósitos, inclui dar as boas-vindas à Suécia, que ingressou no grupo este ano.  

Este será também o palco para o primeiro encontro entre Biden e o recém-eleito primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, após uma vitória arrasadora do partido trabalhista no último dia 4 de julho.

Na quinta-feira, acontecem as reuniões de trabalho do grupo, que incluem também encontros com os parceiros do Indo-Pacífico – Austrália, Japão, Coreia do Sul e Nova Zelândia – com o objetivo de alinhavar futuras colaborações. A jornada deve terminar com uma reunião entre a OTAN e o Conselho da Ucrânia.

Está prevista também uma declaração da OTAN condenando o apoio da China à base industrial de defesa da Rússia, já que, segundo o governo americano, a maioria dos semicondutores, bem como a nitrocelulose usados em propulsores de mísseis russos, provêm da China.

Para além das decisões sobre o conflito na Ucrânia, a expectativa do dia está posta no discurso com que Biden deve encerrar o evento. Se a performance durante o debate já havia iniciado uma crise na campanha de Biden à reeleição, um artigo publicado no jornal The New York Times listando oito visitas de especialistas em Parkinson à Casa Branca, só ajudou a colocar ainda mais tensão sobre esta aparição pública do presidente. 

Desafio a Biden em meio a crise em sua campanha

Biden terá uma dura missão esta semana, já que além de mostrar seu poder de liderança junto aos líderes da OTAN, ele precisa também recuperar a confiança de seus companheiros de partido em meio a crise gerada em sua campanha de reeleição após o debate.

Enquanto seu adversário, Donald Trump, tem colocado em dúvida o papel que os Estados Unidos devem ocupar junto à organização, Biden busca convencer seus companheiros do grupo de que ele é capaz de vencer as eleições de novembro e assim garantir a continuidade das políticas de defesa acordadas até aqui.

Alguns líderes europeu expressaram recentemente preocupação com a postura de Trump em relação à aliança e, de acordo com o presidente, pediram-lhe claramente que não deixe o republicano voltar à Casa Branca.

 “A gravidade deste momento é maior do que o esperado”, avaliou a pesquisadora do Centro Europeu do Atlantic Council, Rachel Rizzo, em entrevista ao USA Today.

“Há uma pressão extra para que ele cumpra a agenda deste encontro de uma forma que tranquilize os aliados e também o povo americano. Que certifique que ele está apto e pronto para fazer este trabalho, não apenas até o final de sua presidência, mas potencialmente por mais quatro anos”, concluiu.

A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, garantiu aos jornalistas presentes na coletiva de apresentação do encontro que eles “estão prestes a presenciar o presidente atuando como um líder”. E lembrou ainda que “os líderes estrangeiros viram o presidente de perto e pessoalmente nos últimos três anos e sabem com quem estão lidando e quão eficaz ele tem sido”.

 As chances de que Biden cometa gafes durante o evento, porém, são menores que em outras ocasiões, já que as reuniões se darão a portas fechadas. As declarações à imprensa também apresentam menos risco, uma vez que provavelmente seguirão um roteiro escrito previamente o qual o presidente poderia acessar com o uso de um teleprompter, como tem feito em suas aparições públicas após o debate.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte foi fundada em 1949 por 12 nações com o objetivo de combater a ameaça à segurança europeia representada pela União Soviética durante a Guerra Fria. Lidar com Moscou, portanto, faz parte do DNA da organização.

De um modo geral, Washington é quem dita a agenda, já que os Estados Unidos são o membro mais poderoso, que gasta mais em defesa do que qualquer outro aliado.

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