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Eleições no Parlamento Europeu: Veja as 3 mulheres decisivas para o futuro do bloco

▶️ As eleições para o Parlamento Europeu funcionam assim: As votações ocorrem em cada um dos 27 países do bloco; cada nação elege os respectivos eurodeputados: a Alemanha é quem tem mais cadeiras, 96; Malta e Luxemburgo são os menores, com seis. Serão 720 eurodeputados no Parlamento.

Semanas antes do início da votação, líderes de partidos conservadores já faziam negociações de alianças na tentativa de conquistar novas cadeiras. Centrais nas articulações, o jornal britânico “The Economist” destaca mulheres que devem moldar o futuro do bloco — e do continente.

Para conter o avanço de extremistas ao poder, a publicação defende que uma liderança coerente e à altura do bloco se faz necessária, e sucesso disso depende, em parte, das escolhas de três mulheres: a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; a primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni; e a principal populista francesa, Marine Le Pen.

A pouco mais de uma semana da votação, Le Pen sugeriu que a premiê italiana, Meloni, unisse forças com ela em uma nova aliança. Não foi a primeira autoridade a procurá-la. Von der Leyen também sinalizou uma aproximação antes das eleições.

Primeira-ministra italiana desde 2022 e líder do partido de extrema direita Irmãos de Itália, a expectativa é que Meloni tenha um bom desempenho na votação. E com o apoio da italiana, Von der Leyen pode ter mais chance de conseguir maioria parlamentar para um segundo mandato.

Ursula von der Leyen e Giorgia Meloni em janeiro de 2023 — Foto: Guglielmo Mangiapane/Reuters

Para se reeleger, Leyen precisa do apoio dos 27 líderes nacionais da União Europeia e maioria no Parlamento, e a grande fragmentação política põe em risco a vitória.

Além disso, partidos europeus de centro-esquerda reiteraram um aviso a Von der Leyen de que não apoiariam a candidatura para a um segundo mandato se isso implicasse o apoio de partidos de extrema direita – incluindo o de Meloni.

O partido de Le Pen também deverá ter um bom desempenho nas eleições europeias. Le Pen tentou se colocar como uma figura dominante, e possui histórico de posturas xenofóbicas e de aproximação com a Rússia.

As siglas conservadoras e de extrema direita da Europa concordam em pontos que geram polêmica entre os europeus, como a contenção de imigrantes e a revogação das regulamentações ambientais, mas se opõem fortemente em questões como o apoio à Ucrânia.

Partidos de Marine Le Pen, Ursula Von der Leyen e Giorgia Meloni podem ter papel decisivo nas eleições do Parlamento Europeu, que iniciaram nesta quinta-feira (6). — Foto: Jacqueline Santiago/Globonews

O plano de Le Pen é criar um grupo de nacionalistas que possa puxar a Europa para a direita e, para isso, procura se aliar à Meloni. Ao jornal italiano “Corriere della Sera”, a líder francesa defendeu a mensagem de união no continente. “Não devemos perder uma oportunidade como esta”, afirmou Le Pen.

“Um caminho poderia proporcionar uma liderança estável a nível da UE e mostrar como os moderados podem lidar de forma inteligente com a direita populista. A questão já não é se os populistas podem ser contidos. É como responder à sua ascensão”, escreve a The Economist.

O jornal britânico “The Guardian” avalia que o “supergrupo” de extrema direita proposto por Le Pen é altamente improvável, por causa do conflito entre partidos. A forma como se vão se realinhar, no entanto, poderá ter grande impacto no funcionamento da assembleia e até mesmo no funcionamento da União Europeia.

A fragmentação faz com que não só a reeleição de Ursula esteja em jogo, como a de qualquer outro candidato à presidência da comissão. A crise instalada por este cenário poderia gerar uma crise, no momento em que a Ucrânia precisa de ainda mais apoio e uma possível presidência de Trump nos EUA se aproxima.

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