Para analistas, o texto confirma que os juros brasileiros ficarão mais altos por mais tempo, em meio ao cenário de dificuldade de trazer a inflação de volta para a casa dos 3%. (entenda mais abaixo)
Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em baixa.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 10h50, o dólar avançava 0,72%, cotado a R$ 5,4299. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,4339. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 5,3909.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,08%, aos 122.583 pontos.
Na véspera, o índice fechou com alta, aos 122.636 pontos.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
O destaque desta terça-feira (25) fica com a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Após sete reduções seguidas na taxa Selic o colegiado decidiu fazer uma pausa no ciclo de cortes.
A decisão veio em linha com as atuais expectativas do mercado, mas ainda representa uma previsão maior de juros para 2024 em relação ao observado no começo do ano.
O comitê informou, no documento, que o controle das estimativas de inflação, que estão em alta, requer uma “atuação firme” da autoridade monetária, e acrescentou que se manterá “vigilante”.
Além disso, avaliou que “eventuais ajustes futuros” na taxa de juros, com possíveis aumentos na Selic, “serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.
A instituição diz que seu papel, na fixação da taxa de juros, é técnico, busca conter a inflação e colocá-la dentro da meta de 3% para 2024, podendo variar entre 1,5% e 4,5%.
Até maio deste ano, a inflação acumulada em 12 meses era de 3,93%, enquanto o acumulado em 2024, até aqui, era de 2,27%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar de os números ainda mostrarem uma inflação dentro da meta, o IPCA vem acelerando nos últimos meses e, em maio, subiu acima das expectativas do mercado: alta de 0,46%, contra projeções de 0,42%.
A alta foi puxada, sobretudo, pelos aumentos expressivos nos preços dos alimentos, principalmente alguns itens muito populares nos pratos da população, como batata e cebola. Além dos alimentos, a alta do dólar também gera preocupação, tendo em vista que boa parte dos produtos consumidos no Brasil são importados e, com a moeda americana mais cara, os preços também tendem a subir.
Segundo Matheus Pizzani, economista da CM Capital, a ata do Copom visou retomar a confiança dos investidores após a decisão dividida da última reunião.
“Ficou nítida a preocupação do comitê em criar uma mensagem dura o suficiente com vistas a pelo menos iniciar o processo de recuperação de sua credibilidade e, consequentemente, estabilizar as expectativas no médio e longo prazo”, destaca o economista.
Leonado Costa, economista do ASA, a ata, além de sinalizar a interrupção do ciclo de quedas e manutenção da taxar em um patamar contracionista até que se consolide o processo de desinflação, indica um “aumento da incerteza do cenário, com piora no ambiente externo e na ancoragem das expectativas”.
Amanhã, o mercado nacional analisará na quarta-feira novos dados do IPCA-15 para junho, com expectativa de analistas consultados pela Reuters de alta de 0,45% na base mensal, ante 0,44% no mês anterior.
No cenário externo, os investidores estarão atentos à divulgação na sexta-feira de números do índice PCE de maio, o indicador de inflação preferido do Federal Reserve. Analistas projetam estabilidade, ante alta de 0,3% em abril.