- Interior
- 2 de dezembro de 2024
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Defesa de Pollara diz que internação em hospital particular é via SUS; veja quadro de saúde
A defesa do ex-secretário de Saúde Goiânia, Wilson Pollara, reforçou ao Mais Goiás que, apesar dele ter sido transferido para…
A defesa do ex-secretário de Saúde Goiânia, Wilson Pollara, reforçou ao Mais Goiás que, apesar dele ter sido transferido para um hospital particular da capital, a internação acontece via Sistema Único de Saúde (SUS). O ex-titular da pasta passou um procedimento de angioplastia.
Conforme o Hospital Ruy Azeredo, ele segue estável e sendo monitorado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Pollara passou mal na tarde do último domingo (1°) com suspeita de infarto agudo do miocárdio e precisou ser transferido da Casa do Albergado, onde estava preso, para uma unidade de saúde da capital. Em nota, a unidade de saúde informou que o procedimento foi realizado com êxito.
Em entrevista recente ao Mais Goiás, o advogado do investigado, Thiago Peres, disse que teme pela vida do cliente, caso a manutenção da prisão temporária persista. A defesa aguarda um pedido para conversão da prisão em domiciliar.
Conforme expõe a defesa, Pollara possui doença arterial coronariana e, atualmente, apresenta quadro de arritmias cardíacas e hipertensão arterial, dificuldade de locomoção em razão de problemas musculares, além de outras complicações decorrentes do tratamento de dois cânceres. Uma vez que a saúde do ex-secretário requer cuidados especiais, segundo o advogado, “a prisão temporária coloca em xeque a integridade física e a dignidade humana do cliente”.
Prisão temporária prorrogada
No último sábado (30/11), o Ministério Público de Goiás (MP-GO) confirmou ao Mais Goiás que conseguiu a prorrogação da prisão temporária do ex-secretário de Saúde Goiânia, Wilson Pollara. O processo corre em segredo e Justiça e o órgão não informou os detalhes, como a data do aceite do pedido ou até quando foi mantido o cárcere.
No momento, a defesa de Pollara aguarda o julgamento de um pedido para que ele possa migrar para a prisão domiciliar. O advogado justificou o agravamento do estado de saúde e apresentou laudo médico expedido no último dia 27.
Pollara foi preso por supostas irregularidades em pagamentos
A prisão do ex-secretário e outros dois ex-gestores da pasta, durante a Operação Comorbidade, ocorreu na manhã da última quarta-feira (27). Segundo o MP-GO, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), sob o comando de Pollara, tinha contato direto com os fornecedores da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela gestão de três maternidades na capital, e realizava pagamentos de forma não oficial.
De acordo com órgão, Pollara e os outros investigados (Quesede Ayres Henrique que atuava como secretário-executivo da pasta e Bruno Vianna, então diretor financeiro da SMS) formaram uma associação criminosa que favorecia empresas por meio de pagamentos irregulares – e eles próprios -, desrespeitando a ordem cronológica de exigibilidade e causando prejuízos aos cofres públicos. O esquema impactou diretamente a gestão da saúde municipal, agravando a crise no setor. Recentemente, o caos refletiu na fila das UTIs com pessoas morrendo à espera de uma vaga.
Além das prisões, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e determinada a suspensão das funções públicas dos três servidores. As ações foram realizadas na sede da Secretaria Municipal de Saúde, nas residências dos presos e de um empresário vinculado aos contratos investigados. Durante as buscas, os agentes encontraram R$ 20.085,00 em dinheiro na posse de um dos alvos.
Por meio de nota, enviada na data da operação, a prefeitura de Goiânia destacou colaborar com as investigações e que tomará as medidas administrativas cabíveis a partir do desdobramento da apuração feita pelo Ministério Público de Goiás. No mesmo dia, inclusive, o município trocou o secretário. A nova titular da pasta é Cynara Mathias Costa.
Nota do hospital
“Na noite deste domingo, 1º de dezembro de 2024, no Hospital Ruy Azeredo, a equipe liderada pelos médicos Dr. José Maria, Leandro e Rafael Azeredo Bastos, realizou com sucesso o procedimento de angioplastia no paciente Wilson Modesto Pollara, que apresentava quadro de angina instável.
O Sr. Wilson Modesto Pollara compareceu ao hospital com dor precordial típica persistente. Após avaliação clínica detalhada e exames complementares, um cateterismo cardíaco identificou lesão de 95% em ramo diagonal de bom calibre. Frente ao achado foi realizado angioplastia percutânea como implante de stent farmacológico.
O procedimento foi concluído com êxito e complementado por angiotomografia da aorta para análise abrangente do sistema cardiovascular. O paciente encontra-se estável e permanece sob monitorização contínua na unidade de terapia intensiva (UTI)”.
Nota da defesa de Pollara atualizada:
“A defesa de Wilson Pollara informa que seu cliente se encontra internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Ruy Azeredo, após ter sido submetido a uma angioplastia com implante de stent de urgência. Ele deu entrada na unidade de saúde ontem (01), apresentando fortes dores no peito, com quadro de angina instável. O laudo médico emitido pelo hospital relata que “após avaliação clínica detalhada e exames complementares, um cateterismo cardíaco identificou lesão de 95% em ramo diagonal de bom calibre. Frente ao achado, foi realizada angioplastia percutânea com implante de stent farmacológico”.
Desde a semana passada, a defesa da Pollara vem alertando o Ministério Público de Goiás (MP-GO) e o Poder Judiciário a respeito do agravamento do estado de saúde de seu cliente e dos riscos que a manutenção da prisão temporária impunha ao seu estado geral. Trata-se de um idoso de 75 anos, que possui doença arterial coronariana e já, vinha apresentando, nos últimos dias, arritmias cardíacas e hipertensão arterial, dificuldade de locomoção em razão de problemas musculares, além de outras complicações decorrentes do tratamento de dois cânceres.
Como forma de proteger a saúde e a dignidade humana de seu cliente, a defesa impetrou ontem um novo habeas corpus com pedido em liminar. Inacreditavelmente, mesmo com Pollara internado em um leito de UTI, o pedido liminar foi indeferido pela justiça. Causa perplexidade e indignação o fato de que, a despeito da gravidade do estado de Pollara, a decisão judicial tenha determinado que a prorrogação por mais cinco dias da prisão temporária não representaria risco à sua saúde, bastando para tanto que o tratamento medicamentoso fosse ministrado. Diante deste cenário, a defesa reforça que continuará buscando todas as medidas legais para que seu cliente tenha acesso aos cuidados necessários, e reitera o alerta de que a manutenção da prisão temporária representa risco de morte ao médico.”