O delegado de Polícia Federal Valdecy Urquiza foi indicado pelo Comitê Executivo da Interpol para ser o próximo Secretário-Geral da Interpol, a Polícia Internacional, com mandato entre 2025 e 2030.
Segundo o governo brasileiro, a indicação deve ser confirmada em novembro de 2024 pela Assembleia Geral da Interpol. Se aceito, essa será a primeira vez em 100 anos que um brasileiro comandará a instituição.
“A eleição do delegado Urquiza reflete a alta prioridade atribuída pelo governo brasileiro ao combate ao crime organizado transnacional, que tem na cooperação internacional, crescentemente, uma dimensão essencial. Representa, ademais, o reconhecimento, pela comunidade internacional, do profissionalismo e da competência da Polícia Federal brasileira no enfrentamento à criminalidade, bem como de sua relevante contribuição ao trabalho da Interpol”, diz comunicado do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O brasileiro é um dos três vice-presidentes da Interpol, ao lado do belga Peter de Buysscher e do nigeriano Garba Baba Umar.
A Interpol tem sede em Lyon, na França, e é a maior organização policial do mundo, com 196 países membros.
“Entendemos que a diversidade trará mais credibilidade à organização, mais legitimidade ao trabalho que é feito. Por quê? A organização atua em atividades no combate a ameaças de todo o globo, então precisamos agregar à organização a expertise, prioridades e forma de combate, às prioridades de cada polícia de outras regiões do globo”, disse na ocasião.
Urquiza diz querer elevar a participação feminina nos cargos de comando do órgão. Até fevereiro de 2024, mulheres eram 43% das representantes da Interpol, mas não chegavam a 10% em postos do alto escalão.
O delegado é diretor de cooperação internacional da PF e, desde 2021, é vice-presidente para as américas do Comitê Executivo da Interpol.
Outros candidatos chegaram a ser considerados: Stephen Kavanagh, do Reino Unido; Mubita Nawa, da Zâmbia; e Faisal Shahkar, do Paquistão.