O anúncio foi feito durante a cerimônia de retomada dos trabalhos da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, interrompidos no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Estavam dizendo que não se faria memoriais no Brasil, porque não havia clima, e nós vamos fazer dois. Na falta de um, teremos dois memoriais, e isso com pleno assentimento do Presidente da República”, disse Silvio, emocionado.
O g1 pediu mais detalhes ao ministério sobre o custo, o prazo e a localização desses futuros memorias e aguarda retorno.
O ministro disse ainda que, ao propor a reabertura da comissão sobre mortos e desaparecidos, Lula deu ordem imediata para que ele articulasse o tema com o secretário Nacional de Justiça, Mário Sarrubbo, e com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Roberto Barroso.
“Ele imediatamente já me pediu para conversar com o Mário e marcou uma reunião para falar com o ministro Roberto Barroso, que prontamente nos recebeu. Então, aquilo que era uma ideia se tornou um projeto e esse projeto hoje se realiza”, disse.
A comissão foi reaberta no Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados.
Em 2014, o relatório de 2 mil páginas da Comissão Nacional da Verdade (CNV) revisou para 434 o número de mortos e desaparecidos pelo regime militar. O documento apontou 377 responsáveis pelos crimes.
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Governo tinha desistido de museu
No primeiro semestre, o governo chegou a cogitar o anúncio de um Museu da Memória e da Verdade, focado no período da ditadura militar. O projeto naufragou, no entanto, porque Lula não queria gerar atritos com os militares, como mostrou o blog da Julia Duailibi.
A ideia tinha sido lançada pelo então ministro da Justiça, Flávio Dino, durante viagem ao Chile em setembro de 2023.
O evento rememorava os 50 anos do golpe militar no Chile – meses antes de o golpe no Brasil completar 60 anos, em abril deste ano.
Ao anunciar o museu, Dino havia prometido que a pasta entraria com recursos para executar o projeto.
“Nós devemos ao Brasil e vamos pagar essa dívida com a criação, no Brasil, de um Museu da Memória e dos Direitos Humanos. O ministro Sílvio [Almeida, dos Direitos Humanos], que aqui está junto com o Nilmário Miranda, assessor de Memória do Ministério dos Direitos Humanos, entram com os talentos e capacidade e o Ministério da Justiça entra com o capital para levar essa ideia adiante.”
Lula também decidiu, naquele momento, que o governo federal não realizaria nenhum ato alusivo aos 60 anos do golpe militar de 1964.
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