Nesta quinta, a PF faz busca contra Washington Reis, ex-prefeito de Duque de Caxias e atual secretário estadual de transportes do Rio de Janeiro, que não havia sido alvo da primeira fase da operação e não está entre os primeiros indiciados.
Além dele, a PF faz buscas contra Célia Serrano, secretária de saúde de Duque de Caxias, que havia sido indiciada por ter participado da falsificação de dados falsos da vacinação do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) – outro dos beneficiados pelo esquema, segundo a corporação.
Washington Reis e Célia Serrano — Foto: Reprodução
Veja, nos infográficos abaixo, quem é quem nas investigações e como, segundo a PF, funcionaram as emissões de cartões falsos de vacinação.
Mauro Cid e família
Segundo as investigações, o esquema teve início no dia 12 de dezembro de 2022 com a emissão de cartões falsificados do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa e sua esposa, Gabriela Cid.
Veja o esquema de falsificação de vacinação da esposa de Mauro Cid, segundo a PF — Foto: Arte/g1
Bolsonaro e família
Mauro Cid confirmou que recebeu a ordem do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, para fazer as inserções dos dados falsos no nome dele e da filha no sistema do Ministério da Saúde, e que esses certificados foram impressos e entregues em mãos ao então presidente.
A inserção de dados no sistema do SUS foi feita no dia 21 de dezembro de 2022, por João Carlos Brecha.
Veja como foi esquema de fraude de vacinação de Bolsonaro, segundo a PF — Foto: Arte/g1
Washington Reis e família
Washington Reis — Foto: Tânia Reis/Agência Brasil
Além da famílias de Cid e de Bolsonaro, a PF investiga se houve inserção falsa de dados de vacinação de Washington Reis e de outras pessoas ligadas ao ex-prefeito de Duque de Caxias)
A PF já descobriu que o deputado Gutemberg Reis (MDB-RJ), irmão de Washington, teve registro de vacina falso inserido no sistema do Ministério da Saúde.
Essa inserção foi feita pelo então secretário de governo de Duque de Caxias, João Carlos de Souza Brecha, e pela então chefe da central de vacinação da cidade Claudia Helena Acosta Rodrigues.
Brecha também incluiu no sistema do Ministério da Saúde dados de vacinação de Washington Reis e mais 9 pessoas:
- Wilson Miguel dos Reis, tio de Washington e atual prefeito de Caxias;
- Rosenverg Reis, irmão de Washington e deputado estadual;
- Lara Quaresma Reis de Oliveira e Nicolas Quaresma Reis de Oliveira, filhos de Gutemberg Reis, irmão de Washington e deputado federal;
- João Pedro Reis de Farias, Thomas Reis de Farias, Lorenzo Guimarães Quaresma e Giovanna Guimarães Quaresma, sobrinhos de Gutemberg;
- Rafael Machado Quaresma, cunhado de Gutemberg.
A corporação investiga se esses registros também são falsos.
Entenda investigação sobre fraude de vacinação em Duque de Caxias, segundo a PF — Foto: Arte/g1
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Veja, abaixo, quem é quem:
Indiciados pela Polícia Federal por fraude em vacinações de Bolsonaro e entorno. — Foto: Arte/g1
O que dizem os envolvidos
O g1 entrou em contato com a Secretaria Estadual de Transportes.
Após a ação, Reis disse que já esperava ser alvo de uma operação da PF e negou que tenha tido envolvimento com irregularidades durante a vacinação na cidade.
“Reviraram a minha casa de cabeça pra baixo, não tenho nada a esconder. Eu vacinei no meio da rua, mostrando meu braço, vacinando todo mundo. Agora, o que eu acho engraçado, só em época de eleição [que acontece as buscas e apreensões sobre o tema]… Estou há 2 anos esperando, não aparece nada, então, é vida que segue”, disse.
Em nota, o governo do estado do Rio de Janeiro disse que a ação desta quinta “tem como alvo único e exclusivo a obtenção de cartões de vacinação relacionados ao município de Duque de Caxias em 2022”. Ainda de acordo com o comunicado, “não existe nada referente ao governo do Rio na investigação e nem fatos que comprometam a conduta do secretário Washington Reis”.
A Prefeitura de Duque de Caxias disse que “a operação não teve como alvo nenhum órgão vinculado à municipalidade”. Com relação aos mandados contra o ex-prefeito e a secretária de Saúde, a instituição afirmou que “não se manifestará considerando o sigilo que recobre os atos”.