treta no partido
Ex-presidente citou possibilidade de ‘implosão do partido’
(Foto: Reprodução – Youtube)
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou os elogios do líder do partido Valdemar Costa Neto a respeito do presidente Lula (PT), evidenciando uma divisão dentro da legenda entre o grupo bolsonarista e a ala “raiz”, composta por políticos próximos ao centrão.
Membros do partido acreditam que o presidente do PL não mudará de opinião, mas provavelmente diminuirá sua exposição, especialmente porque está de férias. A crise no partido não se agravou ainda mais devido ao recesso no Congresso, o que limita a repercussão das queixas de Bolsonaro.
Sem citar diretamente Valdemar, Bolsonaro falou em “implosão do partido” devido a uma “declaração absurda” de uma “pessoa do partido”. A fala ocorreu durante um encontro com apoiadores em sua casa de praia em Angra dos Reis (RJ).
Em um vídeo que circulou na semana passada, Valdemar elogiou Lula, destacando seu prestígio e popularidade. Bolsonaro reagiu, afirmando que esse tipo de elogio ao adversário é inaceitável, mesmo fora de contexto. Aliados do ex-presidente expressaram desconforto, classificando a declaração como “constrangedora”, “infeliz” e “inaceitável”.
Valdemar, por sua vez, alegou que o vídeo foi editado para criar polêmica e minimizou a circulação, atribuindo-a ao PT. Ele justificou seus elogios a Lula, enfatizando a importância de falar a verdade para manter sua credibilidade na política.
A ala bolsonarista do partido expressou descontentamento, considerando o episódio como mais uma manifestação da fissura entre a ala raiz e bolsonarista dentro do PL.
Deputados e senadores do PL saíram em defesa de Valdemar, argumentando que ele não abandonou o bolsonarismo, apesar das críticas nas redes sociais. As expectativas em relação à indicação de Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiça também geraram divergências entre os parlamentares.
Esta não é a primeira vez que Bolsonaro se incomoda com declarações de Valdemar, evidenciando tensões passadas. O presidente do PL já havia gerado descontentamento ao sugerir Marta Suplicy como vice para o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, no ano passado, e também em relação à escolha de candidatos para as eleições de 2024.
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