- Política
- 17 de outubro de 2024
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Análise: No momento certo, Bolsonaro reacende anti-petismo e encaminha vitória de Márcio Correa em Anápolis
COLUNA DO DOMINGOS KETELBEY Como o bolsonarismo catapultou a candidatura de Márcio Correa e praticamente sacramentou sua eleição em Anápolis…
COLUNA DO DOMINGOS KETELBEY
Como o bolsonarismo catapultou a candidatura de Márcio Correa e praticamente sacramentou sua eleição em Anápolis
Bolsonaro se engajou na campanha de Márcio Correa (Foto: Divulgação)
No compasso preciso das circunstâncias, quando o cenário parecia já traçado, o bolsonarismo ressurgiu com força em Anápolis, impulsionando uma virada eleitoral que poucos previam. Na reta final da disputa pela prefeitura, o suplente de deputado federal Márcio Corrêa (PL) emergiu como o nome que pode interromper o retorno de Antônio Gomide (PT), que já governou a cidade por dois mandatos e liderava a maioria das pesquisas até às vésperas da eleição.
O renascimento do anti-petismo, que nunca deixou de existir mas foi incitado estrategicamente pelas visitas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), reescreveu a narrativa da eleição e colocou Corrêa à frente, a ponto de quase liquidar a fatura já no primeiro turno.
Também de forma estratégica, Márcio trocou o MDB pelo PL, em março, para que a indumentária bolsonarista pudesse lhe vestir de forma aceitável. Em ares emedebistas, dificilmente estaria na posição que está hoje.
Com o apoio explícito de Bolsonaro, Márcio Corrêa cresceu nas intenções de voto e, mais do que isso, passou a ser visto como o nome certo para vencer. Atualmente, o setor produtivo do município já o trata como prefeito.
O levantamento da Goiás Pesquisas, publicado nesta quarta-feira (16), no portal Mais Goiás, reflete essa mudança: 80,63% dos eleitores acreditam que Corrêa será o próximo prefeito de Anápolis, independente de sua intenção de voto. Este número não só revela a confiança do eleitorado na vitória de Corrêa, mas também aponta para uma mudança brusca no cenário político local.
Apesar de liderar as pesquisas durante boa parte da campanha, Gomide não conseguiu resistir ao peso do anti-petismo, que reacendeu no momento exato, embalado pelas presenças físicas de Bolsonaro na cidade.
Foram três visitas de Bolsonaro a Anápolis, tanto na pré-campanha quanto na fase oficial da disputa, e cada uma delas cumpriu seu papel: reacender a chama do bolsonarismo e, por tabela, a rejeição ao PT. Gomide, que em eleições anteriores tinha superado a resistência ao partido, desta vez foi sucumbido por um movimento nacional que se reflete com força na cidade.