- Política
- 6 de dezembro de 2024
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Novo secretário fala sobre bloqueio de R$ 57 milhões na Saúde de Goiânia
O bloqueio afeta todas as contas da Secretaria de Saúde, incluindo recursos destinados ao pagamento de fornecedores e prestadores do…
O bloqueio afeta todas as contas da Secretaria de Saúde, incluindo recursos destinados ao pagamento de fornecedores e prestadores do Sistema Único de Saúde (SUS)
Novo secretário de Saúde relata dificuldades em realizar pagamentos (Foto: Divulgação )
Novo secretário e terceiro titular a liderar a Saúde em uma semana, Pedro Guilherme Goiá de Moraes assumiu a pasta em meio a uma crise sem precedentes. Ele enfrenta um bloqueio judicial de R$ 57,3 milhões nas contas da secretaria que viu o ex-titular Wilson Pollara ser preso em uma operação do Ministério Público e sua sucessora, Cynara Mathias, renunciar o cargo no sétimo dia de trabalho. Em entrevista ao Jornal O Popular, contudo, ele dá o tom da situação que recebeu o órgão e revela dificuldades em fazer pagamentos básicos a fornecedores.
O bloqueio afeta todas as contas da Secretaria de Saúde, incluindo recursos destinados ao pagamento de fornecedores e prestadores do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Gioia, fornecedores já suspenderam entregas devido à insegurança quanto ao recebimento. “Afeta todo o sistema. Não conseguimos pagar a Loc-Service, responsável pela limpeza das unidades, nem a White Martins, que fornece oxigênio e notificou uma dívida de R$ 1 milhão”, relatou ao Jornal O Popular.
Além disso, contratos essenciais como o de assistência domiciliar, realizado pela TransMédica, estão comprometidos. “[Com recursos bloqueados], não conseguimos retomar nenhum serviço”, afirmou.
A situação dos médicos credenciados, que haviam anunciado greve para a próxima segunda-feira (9/12), foi parcialmente resolvida com o pagamento de R$ 13 milhões, referentes ao mês de novembro. Contudo, os profissionais mantiveram a paralisação por três dias numa espécie de “protesto pedagógico”.
No entanto, a continuidade de outros serviços, como o combustível para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), permanece incerta. Guilherme joga a responsabilidade para cima da Secretária de Administração da Prefeitura de Goiânia. “A alegação deles é que foi repassado à empresa de combustível e ela não pagou os postos. Mas a parte da Saúde já foi regularizada. Tem uma parte que pagamos por aqui, mas quem é detentora do contrato é a Semad.”, explicou Gioia.
Outros serviços, como a testagem ampliada de Covid-19 e sistemas digitais utilizados pelos agentes de endemias também estão sob ameaça de paralisação devido à falta de pagamentos.
Para enfrentar o bloqueio das contas, a Procuradoria-Geral do Município (PGM) entrou com um recurso, e Gioia está buscando diálogo com o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). “A prioridade é regularização para prestar serviços de forma contínua e não afetar a população. Conseguir amenizar os danos e dar continuidade na gestão.”, destacou.
O secretário propôs um cronograma para pagar dívidas atrasadas, começando pelas competências de outubro, seguindo com contratos contínuos como o da White Martins. “Para a gente conseguir resultados e conseguir avançar é preciso fazer os pagamentos”, pontuou.
Além de lidar com a crise financeira, o novo titular terá que reestruturar a gestão da saúde, garantir a continuidade de serviços essenciais e restaurar a confiança dos profissionais e da população. “A prioridade é amenizar os danos e estabelecer uma gestão eficiente, mas será necessário um esforço conjunto para superar essa crise sem precedentes”, concluiu Gioia.